
por Christian Lohbauer
Pode até ser que a melhor defesa seja mesmo o ataque. Mas a “mensagem de Natal” enviada por Lula nas redes sociais é a maior demonstração de que para ele e o PT não há limite para a desonestidade intelectual, a demagogia e o desprezo pela inteligência alheia. A mensagem é criminosa.
Lula agradece ao “povo que foi às ruas defender a democracia, a aposentadoria, aumento de salário, e exigir que o governo fale em desenvolvimento”. Um minutinho: o povo foi às ruas pedir o fim de um processo infame de corrupção endêmica e de proporções nunca vistas na história deste país. Depois de 13 anos de irresponsabilidade política, a democracia e a aposentadoria começaram a correr risco, o emprego desapareceu, o quadro fiscal se deteriorou. O governo da sucessora de Lula, sua cria, se mostrou um show de horrores. E o povo a tirou do comando ciente de que, com ela, seu destino estava condenado. O povo que está nas ruas é esse. Aqueles que depredam patrimônio público e andam mascarados não são o povo. São delinquentes remunerados pelo radicalismo populista, desocupados profissionais.
“O governo não pode só falar em corte porque sabemos que só corta dos mais pobres”. É curioso. Os iluminados defensores da ética na política, da proteção dos direitos dos trabalhadores e dos mais pobres, passaram 13 anos gastando mais do que arrecadaram, distribuindo benesses e privilégios a determinados grupos, os amigos do rei. Ao deixarem um rastro de destruição em todas as esferas da economia brasileira alegam que os cortes só atingem os mais pobres. Quem cortou R$ 3 bilhões em bolsas de estudo do Fies, deixando centenas de milhares de estudantes sem perspectiva de estudar, não foi o governo atual. Lula e o PT dizem que é “preciso mudar o tom da música”. Afirma: “Nós passamos doze anos tendo aumento de salário e cada Natal era motivo de festa. O país está parado. O governo tem que mudar a politica econômica”. É mesmo, cara pálida? Temos 13 milhões de desempregados, 22 milhões de brasileiros fora da atividade econômica e um país na rabeira de todos os índices de educação e produtividade mundiais. Alguém pode achar que isso é resultado de sete meses de governo Temer?
O ex-presidente, encurralado por acusações de corrupção e chefia de quadrilha, contra-ataca. “Não há crédito. Só tem um jeito: voltar a acreditar no povo. Tá devendo um pouquinho, pega outro empréstimo e começa vida nova”. Não está falando sério. Nunca esteve. Quem trabalha de verdade, o que não tem sido característica dos membros do Partido dos Trabalhadores, sabe que dinheiro não nasce em árvore. Só o populismo barato apela para o endividamento eterno. Os resultados os venezuelanos conhecem bem.
Lula sabe que sua derradeira oportunidade antes do cárcere é se apresentar como solução política e voltar à presidência. “Estou falando com conhecimento de causa porque já fiz isso antes. Só pode fazer isso quem tem voto popular, voto na urna. É preciso antecipar o processo eleitoral”. Antecipar o processo eleitoral? Baseado em quê? Na sua capacidade extraterrena de anestesiar o povo? Ainda vivemos sob uma Constituição e temos instituições que lutam para se manter alinhadas às normas e regras da democracia. O PT e Lula nunca gostaram muito dessa conversa de democracia. E agora sugerem que o país “volte a sonhar”. Antes precisamos encontrar o caminho para sair do pesadelo deixado por ele e seus seguidores, que, diga-se de passagem, estão todos presos.
Hora de enterrar o lixo populista demagógico de delinquentes intelectuais. Hora de pensar no futuro. NOVO.
Christian Lohbauer é doutor em ciência política e membro do Diretório Nacional do NOVO.