O QUE SE VÊ E O QUE NÃO SE VÊ

24 de junho de 2020


No século XIX, em meio à ascensão de ideias socialistas contrárias à liberdade e à propriedade privada, o economista, filósofo, jornalista e político francês, Frédéric Bastiat, voltou seus esforços para a divulgação e a defesa dos princípios liberais.

Em sua obra “O que se vê e o que não se vê”, ele demonstrou que muitas decisões podem gerar consequências indesejadas que não são visíveis de imediato. Para Bastiat, temos sempre que considerar os efeitos colaterais e os impactos no longo prazo, e não apenas os efeitos de curto prazo dessas decisões. Ou seja, devemos sempre estar atento não só “ao que se vê”, mas também, e principalmente, “ao que não se vê”.

Para demonstrar sua teoria, Bastiat usou o famoso exemplo da “Janela Quebrada”, que consiste na falsa ideia de que, ao quebrar uma janela de algum estabelecimento, como, por exemplo, de uma loja, um bem estaria sendo feito à sociedade, pois o incidente geraria empregos aos vidraceiros.

Segundo Bastiat, essa análise é incompleta e errada, pois apenas considera os efeitos imediatos, ou seja, aquilo que “se vê”. Sem dúvidas o vidraceiro se beneficiou do incidente, porém, aquilo que “não se vê” é que o dinheiro gasto para consertar a janela quebrada, poderia ser utilizado para aprimorar a loja com novos produtos, gastos com propaganda, ou reformas realmente necessárias.

Dessa forma, é possível constatar que não há ganho para a sociedade ao quebrar janelas. O que ocorre é apenas um redirecionamento do consumo de um setor para o outro. Para piorar, estes recursos que foram desperdiçados poderiam ter sido melhor aproveitados, aumentando a produtividade e ajudando a desenvolver a economia como um todo.

Infelizmente, muitos políticos brasileiros ainda não entendem esse princípio e acabam desperdiçando bilhões de reais por ano sem dar atenção ao que “não se vê”.

Um exemplo recente foi o programa desenvolvimentista do PT, Campeões Nacionais, que transferiu bilhões de reais para grandes empresas. O “que se viu” era a ideia de um Brasil com empresas que pudessem competir com multinacionais estrangeiras. Mas, o que “não se viu” em políticas como essa?

  •  O programa transferia dinheiro da população para grandes corporações. Um Robin Hood às avessas.
  •  Quando o Estado favorece uma empresa, ele prejudica todas as outras, reduzindo a concorrência. O cidadão paga a conta novamente, agora com produtos e serviços piores e mais caros.
  •  As empresas beneficiadas pelo programa de subsídio têm menos incentivos para aumentar a sua produtividade, reduzir seus custos e melhorar seus produtos e serviços.
  •  No final, o dinheiro desse programa poderia ter sido investido em serviços básicos como saúde, educação e segurança, ou ficado no bolso do cidadão.

Esse é um dos incontáveis exemplos em que políticos “quebram janelas” com a intenção de produzir riqueza, quando na realidade a estão destruindo.

Para mudar essa realidade, sempre que novos projetos forem apresentados, o cidadão deve estar preparado para compreender o que “se vê” e principalmente o que “não se vê”. Somente assim será possível evitar desperdício de dinheiro público e priorizar os serviços básicos. É assim que o NOVO trabalha diariamente.

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