
Depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocar sob sigilo de cinco anos a lista de servidores que ficaram em 57 quartos do luxuoso hotel JW Marriot Grosvenor House em Londres, em maio de 2023, o deputado estadual Leo Siqueira (NOVO-SP) entrou com uma ação para derrubar o segredo.
A ação popular é direcionada a Lula e ao ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho.
A delegação brasileira de cerca de 80 pessoas esteve na Inglaterra para a coroação do rei Charles III. O custo da viagem foi de R$ 1,47 milhões. Além disso, R$ 140 mil foram alocados para custear duas salas de reuniões do hotel.
Siqueira também aponta que o sigilo não se justifica, porque saber a identidade dos integrantes da comitiva não compromete a segurança do presidente ou do Brasil. Na terça-feira (23), o caso foi transferido para a 13ª Vara Federal de São Paulo.
O deputado destaca a incoerência da gestão Lula, que criticou pesadamente a existência de sigilos no governo anterior. “Na campanha, Lula criticou os sigilos que o Bolsonaro colocava e o PT teve uma ação semelhante contra os sigilos do Bolsonaro. Se criticavam naquela época, por que decretou o sigilo dos dados dessa viagem para a Inglaterra? A UFBA sofreu corte de R$ 13 milhões na educação, mas é plausível gastar R$ 1,47 milhão apenas com hospedagem para a coroação do Rei Charles III? Isso tem nome: hipocrisia”, crava.
A delegação brasileira esteve na Grã-Bretanha de 26 de abril a 9 de maio. No dia 5 de maio, Lula chegou para um evento na Abadia de Westminster, que aconteceu no dia seguinte. O quarto onde o presidente ficou com a primeira-dama Rosângela Silva, conhecida como “Janja”, custou R$ 43.986,60 por dia.