A mudança de ministro com a escalação de Wolney Queiroz (PDT) para a pasta da Previdência Social, por si só, não ajuda em nada a esclarecer a fraude do INSS: por isso, a bancada do NOVO na Câmara pede a convocação do ministro para informar o que será feito para solucionar o roubo dos aposentados.
A bancada do NOVO na Câmara dos Deputados apresentou nesta segunda-feira (05) um requerimento de convocação de Wolney Queiroz na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), para prestar esclarecimentos sobre denúncias de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e seus vínculos com entidades sob investigação.
Para uma das signatárias do requerimento, a deputada Adriana Ventura (NOVO-SP), a troca de ministro na pasta não será eficaz para trazer soluções reais ao problema.
“Essa troca de ministros não convence. Parece mais um teatro do que uma real intenção de resolver o problema. O novo ministro, Wolney Queiroz, já sabia de tudo, participou de reuniões, recebeu os mesmos alertas que Carlos Lupi e nada fez. Agora assume como se fosse parte da solução, quando na verdade sempre fez parte do problema”, aponta Adriana.
“O Parlamento precisa ouvir explicações claras e cobrar responsabilidade. Fraudes bilionárias que atingem os mais vulneráveis não podem ser varridas para debaixo do tapete”, completa.
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O pedido, de autoria da deputada Adriana Ventura (NOVO-SP), do líder Marcel van Hattem (NOVO-RS), e dos deputados Gilson Marques (NOVO-SC), Luiz Lima (NOVO-RJ) e Ricardo Salles (NOVO-SP), destaca a gravidade do esquema investigado pela operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril deste ano.
A operação da Polícia Federal apura o desconto indevido de contribuições associativas em aposentadorias e pensões do INSS, com prejuízo estimado em mais de R$ 6,3 bilhões.
O atual ministro participou, enquanto ainda era secretário-executivo da pasta, de reuniões com representantes de entidades associativas e sindicais citadas nas investigações.
Embora não haja indícios formais de envolvimento direto do ministro nas fraudes, sua presença em encontros com suspeitos levanta suspeitas e reforça a necessidade de esclarecimentos públicos.
Os parlamentares também apontam no requerimento que o ministro, enquanto exercia o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência, participou de reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) em 2023 e 2024, onde teria sido alertado sobre o aumento anormal de descontos em benefícios previdenciários.
Porém, a resposta da gestão da pasta foi insuficiente, limitando-se a promessas de investigação sem medidas concretas para conter as irregularidades.
“O impacto social dessas fraudes é devastador. O golpe afeta diretamente a segurança financeira de pessoas idosas, muitas delas em situação de vulnerabilidade, tornando-se alvos fáceis para organizações criminosas”, apontam os deputados do NOVO no requerimento.
“A resposta do Estado, portanto, não pode ser tímida nem protocolar — exige total transparência, rigor investigativo e responsabilização exemplar dos envolvidos”, concluem.
A convocação do ministro será debatida e votada pelos membros da comissão. Caso aprovada, Wolney Queiroz será obrigado a comparecer à Câmara para prestar os devidos esclarecimentos.
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