Imagine uma sociedade perfeita, organizada e “ideal”, onde todas as instituições que conhecemos na vida em sociedade simplesmente não existissem, onde a vontade e as escolhas fossem substituídas pelo pré-condicionamento.

Admirável Mundo Novo (Brave New World na versão original em Inglês), de Aldous Huxley, é um dos maiores clássicos de ficção da literatura universal.

Ao lado de 1984 (George Orwell), que criticava governos totalitários, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Admirável Mundo Novo, escrito em 1932 – uma história que se passa em Londres no ano 2540 -, o objeto é a sociedade puramente identitária e tecnológica, na qual a racionalidade se torna a nova religião, e a ciência, um novo ídolo. Um mundo sob o qual a experiência individual é inexistente.

A obra questiona até onde a ciência e a tecnologia, nas mãos dos governantes, podem ter a palavra final sobre a vida das pessoas. O condicionamento psicológico e biológico, no ápice da sua precisão, entretanto, falha diversas vezes – como é atestado no livro.

Os temas levantados na obra nos fazem pensar sobre a Utopia de Huxley e o nosso mundo de hoje. Uma leitura sensível e impressionante. Entre os momentos reflexivos da obra, as diversas citações de Shakespeare que acompanham o personagem “selvagem” John Savage, adquirem tons revolucionários e dá todo encanto à narrativa.

Um clássico indicado para ser lido e relido.

Autor: Aldous Huxley
312 páginas
Editora: Biblioteca Azul (22ª edição)