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Cuba: uma história de autoritarismo e miséria
▶️ Primeira metade do século
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Em 1952, apenas meio século após sua fundação, Cuba já havia tido 24 presidentes – quase um a cada dois anos -, dois golpes de estado e uma intervenção estrangeira. A jovem e instável república caminhava então para o regime ditatorial de Fulgencio Batista. No mesmo período, o advogado Fidel Castro fundava uma organização paramilitar para derrubar a ditadura vigente pela via armada.
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▶️ Guerrilha e ascensão de Fidel Castro
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Após alguns anos de guerrilha, os revolucionários liderados por Fidel Castro venceram a guerra, destituindo o antigo ditador. O novo regime, porém, substituiu uma ditadura corrupta por outra. Sob o comando de Fidel Castro, milhares de cubanos foram fuzilados em paredões, transformando Cuba na mais sanguinária ditadura da América Latina.
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Mortos ou desaparecidos por 100 mil habitantes:
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– Cuba: 65
– Argentina: 31
– Chile: 23
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Fonte: Anistia Internacional
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▶️ Repressão e censura
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Nas décadas seguintes, Castro ameaçou, prendeu e exilou críticos, incluindo intelectuais, jornalistas e ex-aliados. A mídia estatal tornou-se porta-voz oficial do líder. Autoridades do regime censuraram livros, jornais, rádio, televisão, músicas e filmes, dificultando o acesso à cultura. Até hoje, Cuba ocupa uma das últimas posições do Índice de Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras.
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▶️ Alinhamento à União Soviética
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Geopoliticamente, Cuba se alinhou à União Soviética. A aproximação entre os dois países inclusive quase levou o mundo a uma guerra nuclear durante a Crise dos Mísseis em 1962, quando a União Soviética tentou instalar mísseis balísticos nucleares na ilha. Como reação, um embargo por parte dos EUA a Cuba – que dura até hoje – foi imposto.
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▶️ Estatização da economia
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Na economia, a agenda também foi de inspiração soviética. Empresas foram estatizadas, a livre iniciativa criminalizada e o estado passou a coordenar a economia. O resultado foi a estagnação da produtividade e a ineficiência econômica.
Apesar disso, os problemas eram amenizados pela ajuda financeira e logística da União Soviética, bem como do restante do bloco comunista.
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▶️ Colapso e Período Especial
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Quando a União Soviética se dissolveu e a ajuda financeira russa à Cuba cessou, a economia cubana colapsou. Este é o chamado Período Especial da história de Cuba. Da noite pro dia, a ilha perdeu 80% das suas exportações e importações. Entre 1989 e 1993, a renda média cubana caiu pela metade, para níveis inferiores aos de antes da revolução. A desnutrição e a fome explodiram e os cubanos perderam em média 9kg de massa corporal no período.
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▶️ Reformas tímidas pós anos 90
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De lá pra cá, Cuba passou por tímidas reformas em direção a uma economia menos fechada. O uso do dólar foi descriminalizado, o deficit fiscal reduzido e algumas atividades da iniciativa privada postas na legalidade. Apesar de interromperem o colapso que ameaçava a existência do regime castrista, essas medidas fizeram muito pouco para que o país finalmente passasse a crescer e se desenvolver.
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▶️ Cuba hoje
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Hoje, Cuba é a mais longeva ditadura da América Latina e um dos países mais pobres do continente. Porém, com a liberação da rede 3G no país em 2018, mais cubanos estão tendo contato com o mundo exterior e encontrando meios de se organizar para resistir ao regime.
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Nos últimos dias, milhares foram às ruas protestar contra a repressão política, a escassez de alimentos, vacinas, medicamentos e energia.
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O NOVO se solidariza com os cubanos que vão às ruas pedir liberdade e democracia.
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Ditaduras são manchas na história da América Latina que deveriam ter ficado apenas como uma triste lembrança do passado.