
O governo Eduardo Leite tem o dever de explicar a tentativa de comprar um jatinho que supostamente serviria para o transporte de órgãos: é isso o que a ação de Felipe Camozzato (NOVO) busca esclarecer.
Na semana passada, a Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado da Assembleia Legislativa aprovou o requerimento do deputado do NOVO para que o coordenador da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul e o comandante do Batalhão de Aviação da Brigada Militar prestem explicações sobre o caso.
A convocação ocorre em meio à repercussão negativa da tentativa do governo Eduardo Leite de adquirir uma aeronave com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS), estimada em R$ 95 milhões.
“O governador alegou que a compra do jato era essencial para garantir a captação e transporte de órgãos, mas recuou diante da pressão pública”, destacou o deputado.
”A população tem o direito de saber se essa necessidade era real ou apenas uma desculpa sem fundamento para justificar a aquisição de luxo”, criticou Camozzato.
O deputado destaca ainda a importância de apurar se vidas deixaram de ser salvas por falhas na atual logística de transporte aéreo.
A iniciativa do parlamentar visa dar transparência à real condição operacional da frota do Estado utilizada em situações críticas, como transplantes, urgências e emergências.
O tema ganhou projeção após o próprio governador mencionar, em vídeo publicado nas redes sociais, que um transplante de pulmão não foi realizado em 2024 por falta de transporte adequado.
“Se o avião a jato era tão fundamental para salvar vidas, por que o governo abriu mão da compra? Ou o Executivo foi irresponsável ao desistir, ou nunca houve necessidade real — e nesse caso a população foi enganada”, reforçou Camozzato.
O parlamentar quer ainda que os órgãos convocados apresentem dados históricos sobre voos realizados, transplantes não efetivados e autonomia operacional das aeronaves.
A polêmica da aeronave milionária, prevista inicialmente para atender demandas do governador e do Estado, gerou forte reação pública ao ser vinculada ao uso de recursos do FUNRIGS — verba prioritária para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul.
Com a aprovação do requerimento, a comissão deve marcar nos próximos dias a data para que os representantes da Brigada Militar e da Central de Transplantes compareçam e prestem os devidos esclarecimentos.