
O governo Lula não tem o direito de utilizar a base de dados do CadÚnico para divulgar propaganda via Whatsapp: por isso a bancada do NOVO entrou com uma ação no TCU (Tribunal de Contas da União) para impedir esta medida, que é uma tentativa desesperada de reverter a queda de popularidade do presidente.
O Partido Novo enviou a representação nesta segunda-feira (09) a partir de informações presentes em uma reportagem do Estadão. A matéria mostra que os ministérios de Lula estão utilizando o aplicativo para enviar propaganda sobre programas do governo federal.
Os deputados federais Gilson Marques (NOVO-SC), Adriana Ventura (NOVO-SP), Luiz Lima (NOVO-RJ), Marcel van Hattem (NOVO-RS) e Ricardo Salles (NOVO-SP), e o senador Eduardo Girão (NOVO-CE) assinam a ação.
O CadÚnico é uma plataforma que registra famílias de baixa renda e permite o cadastro em programas sociais, como o Bolsa Família.
Os parlamentares do NOVO destacam que o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), de Wellington Dias (PT-PI), faz uso irregular da ferramenta para propaganda política.
“Transformar dados sociais em ativo eleitoral é uma afronta à democracia e um escândalo ético na gestão pública. O TCU não pode ser cúmplice de um vale-tudo pela reeleição”, cravou Adriana Ventura.
A estratégia de propaganda do governo via Whatsapp recebeu o apelido de “Zap do Sidônio”.
É uma referência ao ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, que se baseou em uma estratégia semelhante da prefeitura do Recife, liderada por João Campos (PSB).
Lula tem perdido apoio de eleitores nordestinos e de pessoas que ganham até dois salários mínimos, dois públicos que tradicionalmente votam no PT.
De acordo com uma pesquisa de junho deste ano da Genial/Quaest, Lula é desaprovado por mais da metade da população. A análise aponta que 57% dos brasileiros desaprova a atuação do presidente.
Além disso, em fevereiro, o DataFolha mostrou que a aprovação de Lula nunca foi tão baixa nos três mandatos do petista.
O senador Eduardo Girão ressalta que a propaganda do governo via Whatsapp tem objetivo eleitoreiro. “O governo Lula usa dados de brasileiros pobres como munição de campanha eleitoral”, destacou.
“O uso generalizado e promocional dessa base de dados, sem conexão objetiva com os programas efetivamente usufruídos pelo destinatário, equivale, a enviar correspondência física a todos os cidadãos cujos endereços constem em cadastros públicos para divulgar, de forma genérica, ações do governo. Tal conduta representa inequívoco desvio de finalidade”, aponta a ação do NOVO.