
por Mateus Simões
Apesar de a região metropolitana de BH continuar se expandindo, cada um dos municípios que integra esse espaço urbano continua se comportando como um arraial do século XIX. Não apenas pela falta de planejamento lógico, mas pela falta de integração e uniformidade entre os esforços de cada um desses vizinhos que, de fato, já se emendaram.
Esse papel de integração, que formalmente pertence ao estado, que interessa na prática aos municípios e que efetivamente não tem sido desempenhado por ninguém custa aos cofres públicos – pela perda de energia e recursos em projetos dessincronizados –, mas custa ainda mais caro a indivíduos e empresas, que convivem com o estrangulamento do trânsito nas divisas municipais, com a falta de padrão dos serviços públicos e com critérios de licenciamento e práticas tributárias díspares em cada uma das cidades.
Não há sentido se discutir o adensamento da Pampulha sem incluir a situação dos bairros de Contagem vizinhos à região, ou falar em trânsito do Barreiro e do Betânia sem discutir o escoamento da Cidade Industrial, nem muito menos se ignorar que a verticalização do Vale do Sereno e o adensamento da ocupação da estrada de Nova Lima têm relação direta com o trânsito e os serviços na região do Belvedere.
Assim, discutir as manchas de ocupação, os coeficientes de aproveitamento, os corredores de circulação e a necessidade de infraestrutura urbana sem ponderar a junção física dos municípios da região metropolitana é perda de tempo e de dinheiro.
Passou da hora de definir se queremos ser uma metrópole ou um apanhado de arraiais vizinhos.
Mateus Simões é advogado, professor, mestre em Direito Empresarial, procurador da ALMG e vereador eleito pelo NOVO em Belo Horizonte.