“Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”

08 de março de 2018

por Dinarth Cardoso

Nossa espécie, comparada a a outras, é uma das que detêm estruturas físicas e biológicas mais frágeis.  Entretanto, somos a única espécie capaz de subjugar as demais espécies do planeta; fomos capazes de eliminar espécies muito maiores e mais fortes. Isso somente foi possível diante da capacidade de nossa espécie de cooperar com os demais membros da mesma sociedade.

O israelense Yuval Noah Harari,  em seu best-seller Uma breve história da humanidade, demonstra que historicamente, os primeiros humanos formavam seus grupos e sociedades com base na amizade, na figura de um líder forte, na caça em conjunto, ou seja, a união dos homens se fazia pela intimidade, pela relação direta com seu semelhante no grupo. Entretanto, a união nesse tipo de sociedade é limitada a certos números de indivíduos, em torno de 150 (cento e cinquenta) pessoas. Passado esse limite, a convivência passava a ser conflituosa, não havendo jeito de viver juntos, haveria dificuldades para concordarem sobre quem deveria ser o líder, quem deveria caçar onde, ou quem deveria acasalar com quem.  Ainda hoje, nossas relações interpessoais com base na intimidade e amizade direta ficam próximo dos 150, basta olhar para nossas redes sociais e verificar com quantas pessoas realmente você convive e tem contato direto.

Então, como nossa espécie foi capaz de criar e manter sociedades, onde centenas de milhares de pessoas foram capazes de cooperarem entre si? Tal conquista deve-se à capacidade única do ser humano de criar e assimilar ideias e verdades imaginadas, muito além da verdade objetiva (rios, estradas, montanhas, árvores), passível de comprovação pelos sentidos biológicos. Ou seja, um grande número pessoas desconhecidas foram capazes de cooperar de maneira eficaz, acreditando nas mesmas verdades imaginadas, mitos e ficção (Deuses, Reis, Estados, Leis, Direitos Humanos, Dinheiro, Política etc.).

Ou seja, podemos concluir que a cooperação humana só é possível se existir uma realidade imaginada forte, algo em que todos acreditem igualmente.  A verdadeira motivação humana para cooperar está em sua crença compartilhada com os demais de sua espécie, e não num salvador da pátria.

A nossa sociedade brasileira, nos últimos anos, e agravado pela crise econômica, vem sofrendo com a divisão entre grupos de brasileiros que defendem posições ideológicas diferentes. Nesse ano de eleições precisamos incluir na pauta de discussão um novo pacto nacional, com foco no indivíduo e respeito às diversidades culturais, identificar os nossos sonhos e angústias em comum e, a partir desses marcos, trabalhar um arranjo de verdades e ideais que persistam em todos os indivíduos, de maneira persistente e capaz de motivar a cooperação e evitar conflitos graves; incorporar os ensinamentos de Eugène Lonesco, quando diz que “ideologias nos separam, sonhos e angústias nos unem”.

Precisamos de indivíduos fortes, mas ao mesmo tempo entender a importância das instituições públicas como forma de protegê-los e proteger suas liberdades, contra a tirania e arbitrariedade da força. O Partido Novo tem tudo para ser o instrumento organizador das ideias para os debates sobre o novo pacto nacional, pois é uma instituição que já nasceu forte, forjada inteiramente em valores, ideias e conclusões, capazes de serem partilhadas naturalmente pelo intelecto humano, com a missão de melhorar a vida das pessoas. O indivíduo, aqui, tem os seus sonhos e angústias como centro da atenção.

O NOVO acredita nos ensinamentos de Rui Barbosa: salvação, sim, salvadores, não.   Sem sombra de dúvidas, o NOVO será capaz, no tempo certo, de fornecer um arranjo de colaboração eficiente entre o Indivíduo, Estado e Mercado, capaz de iluminar o futuro da nossa nação.


Dinarth Cardoso é advogado e filiado ao NOVO em Sinop (MT).


Os textos refletem a opinião do autor e não, necessariamente, do Partido Novo.

   

    

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