
por Bene Barbosa
Sim, o título é uma afirmação inequívoca que trago em mim após mais de 20 anos de pesquisas, livros e estudos lidos, relidos e analisados. Não, não se trata de arrogância ou soberba, mas apenas tão somente de uma conclusão que qualquer um – que se aprofunde com isenção e honestidade intelectual no assunto – chegará.
Mas e os tais estudos que indicariam que a redução do acesso às armas também reduz a violência? Pois bem, já li todos em que pude colocar as mãos e nenhum deles apresentaram resultados conclusivos. Os de boa-fé informam isso claramente e alguns outros, que carecem de isenção, usam correlações simples, sem qualquer comprovação causal para atestar seu ponto de vista. Desonestidade pura e simples. Quase sempre o nascedouro de tais obras é o mesmo de onde brotam defesas ferrenhas do socialismo e ataques ferozes ao capitalismo. Quem quiser levar um a sério deverá fazê-lo com ambos…
Há que se fugir sempre e o mais velozmente possível do simplismo e da pseudológica que sempre contamina o debate. Exemplo disso é afirmar que quanto mais armas, inexoravelmente, teríamos mais acidentes com estas. Seria o mesmo que afirmar que quanto mais aviões, mais acidentes aéreos teríamos. A questão, nesse caso, é que os fatos matam a teoria, pois hoje há milhares de voos diários pelo mundo e cada vez menos acidentes. O motivo é simples: há ferramentas eficazes para evitar acidentes sem restringir voos ou suprimir o crescimento da aviação; com as armas é exatamente igual.
Vejamos o caso brasileiro: em 13 anos de Estatuto do Desarmamento, 90% das lojas de armas fecharam as portas, a venda despencou de centenas de milhares de armas comercializadas todos os anos para alguns milhares, mais de 600 mil armas foram entregues nas campanhas voluntárias de desarmamento e o que ocorreu com os acidentes envolvendo esses objetos? Mantiveram-se estáveis, sem qualquer alteração significativa. Nos EUA, onde milhões de armas são comercializadas todos os anos, o número de acidentes fatais diminui ano após ano, bem como os homicídios.
Qualquer suposto benefício – ilusório, para ser mais preciso – trazido por um desarmamento, real e absoluto, não chega nem perto dos malefícios reais e inequívocos que ele provoca. Só isso deveria ser o suficiente para não restar dúvidas de qual lado ficar. Pouco importa a corrente adotada: humanista, utilitarista, jurídica, filosófica, religiosa e o escambau ao quadrado: havendo honestidade intelectual você não encontrará nenhum apoio para a tese desarmamentista.
Concluindo, uma boa forma de entender melhor esse assunto, de certa forma complexo e muito contaminado, se apresentará em breve, mais precisamente no próximo dia 9 de maio com a estreia do documentário Desarmados, produzido pela Lumix e que terá exibição inaugural às 18:30 no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo.
Bene Barbosa é advogado, presidente do Movimento Viva Brasil e coautor do livro Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento.