
As frentes parlamentares Brasil-Israel na Assembleia Legislativa do RS e na Câmara Municipal de Porto Alegre, liderdas pelo NOVO, vão protocolar nos próximos dias uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) denunciando um ato com conteúdo antissemita e com símbolos do Hamas realizado no dia anterior em frente à Federação Israelita do RS, no bairro Bom Fim.
O deputado estadual Felipe Camozzato (NOVO) e o vereador Ramiro Rosário (NOVO) destacam que o protesto extrapolou a liberdade de expressão ao utilizar frases ligadas ao grupo terrorista Hamas e símbolos de apologia ao ódio, à violência e ao extermínio do povo judeu.
“Frases como ‘Do rio ao mar’, usadas pelo Hamas, carregam uma simbologia histórica de destruição de Israel e aniquilação do povo judeu. Não podemos ignorar o peso desse discurso. O mundo já presenciou o horror do Holocausto, quando seis milhões de judeus foram perseguidos e assassinados”, destacou Camozzato, que é presidente da Frente Parlamentar Brasil-Israel no parlamento gaúcho.
“Permitir que esse tipo de narrativa cresça em Porto Alegre é fechar os olhos para os riscos de que o discurso de ódio escale para a violência real. A comunidade judaica da nossa cidade merece respeito e proteção”, concluiu.
O vereador Ramiro Rosário (NOVO), vice-presidente da frente na Câmara da capital, reforçou que a escolha do local do protesto revela a intenção de intimidação.
“O ato foi realizado em frente à Federação Israelita, que não representa o governo de Israel, mas sim a comunidade judaica local. Isso mostra que não era uma crítica política, mas sim uma agressão dirigida aos judeus gaúchos. Não vamos permitir que o antissemitismo se disfarce de ativismo político”, destacou.
No documento entregue ao MPF, os parlamentares relatam que os manifestantes exibiram imagens de guerrilheiros da ala armada do Hamas e entoaram palavras de ordem reconhecidas por governos democráticos e entidades judaicas como expressões de ódio.
Eles pedem a instauração de inquérito ou o ajuizamento de ação judicial com base na Constituição Federal, na Lei nº 7.716/89 (que trata dos crimes de preconceito) e na Lei nº 14.532/2023, que equipara injúria racial ao racismo.
A iniciativa busca evitar que manifestações semelhantes voltem a ocorrer e representem ameaça à integridade de cidadãos brasileiros de origem judaica.
Os parlamentares reforçam que a democracia deve proteger a liberdade religiosa e combater com firmeza qualquer forma de intolerância e xenofobia.
O documento também será assinado pela presidente da Frente Parlamentar na Câmara de Porto Alegre, Fernanda Barth (PL).