A vida nada fácil do empreendedor carioca

27 de abril de 2017

por Gabriel Medeiros


Em 2011, no meio do carnaval carioca, começa nossa história: eu e meu sócio, Xande Stefani, abriríamos a nossa empresa de publicidade dois meses depois. Na época nada mais era do que eu, ele e uma sala de 20 metros no Centro.

A ideia era muito boa no papel, mas foi exatamente na hora de executar a papelada que começou a nossa primeira guerra: abrir o CNPJ, tirar os certificados digitais e contrato social.
Tudo o que você calculou de gasto inicial: dobra!
Após toda a papelada, em 2012 veio a primeira contratação, muita felicidade em ver a empresa crescer, mas um mês depois surgiu a primeira pedra no sapato: entender os encargos da CLT e como adequar isso ao fluxo de caixa da empresa.

Dois anos depois tínhamos mais CLT’s na empresa e tudo aquilo que eu e Xande tínhamos calculado entre margem/lucro/fluxo de caixa simplesmente não funcionava.

R$ 2.000 na CLT? R$ 3.800 a menos no caixa da agência.

Em 2015, mais uma ideia: um filho próprio da empresa, um aplicativo que presta serviço social de achados e perdidos sem custo para o usuário. Ótimo, não é? Correios, delegacias e aeroportos, imagina todos os serviços tendo suporte do aplicativo?

Não! Nem comece a imaginar! Não perca seu tempo.

A constituição não permite, pois os Correios são monopólio do serviço, delegacias precisariam de alçadas maiores do poder público para inserir o serviço e a Infraero, como estatal, preferiu deixar as salas abarrotadas de objetos do jeito que está, ou seja: ninguém quer otimizar nada por ali.

Por isso, desistimos de tentar fazer parcerias com o poder público, e o aplicativo vai muito bem no privado, obrigado.

Em 2016 veio a crise e qual era a solução pra não descer a cortina? Entrar no Simples.E como entra no Simples? Tem que virar o ano fiscal no verde.
E como virar o ano fiscal no verde? Não vira.
13º salário, férias, trabalho em dobro, 5 meses trabalhando só pra pagar impostos, como virar? Não vira.

Em 2018 continua a nossa guerra, que já dura 6 anos, para sobreviver, produzir, gerar emprego, renda e, com sorte, lucro. Vamos em frente!


Gabriel Medeiros é publicitário e empreendedor, sócio da Agence Rio.


Os textos refletem a opinião do autor e não necessariamente do Partido Novo.
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