Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais

18 de dezembro de 2020

Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais.

A vacina é uma das maiores invenções da história da medicina. Com mais de dois séculos de história e milhões de vidas salvas todos os anos, as campanhas de vacinação mudaram a trajetória da espécie humana para melhor e ampliaram em muito a nossa qualidade de vida.

Mas, como tudo que é vanguarda na Ciência, trouxe reações contrárias de camadas da sociedade regidas pelo ceticismo infundado, pelo obscurantismo e pelo fundamentalismo. Os críticos assumiram diversas posições ao longo do tempo, indo de argumentos teológicos à fraude científica. E em meados do século XIX os movimentos começaram a se oficializar, com as ligas antivacinação nos EUA e Inglaterra.

Edward Jenner é considerado o fundador da vacina no Ocidente em 1796, depois que inoculou um menino de 13 anos com o vírus da varíola bovina, fazendo com que ele desenvolvesse imunidade à varíola humana. Alguns dos primeiros opositores da vacinação acreditavam que a vacina era “anticristã” por vir de um animal. Também havia desconfiança nas ideias de Jenner sobre a disseminação da doença.

A vacinação andava a passos lentos. Mesmo com uma vacina segura, eficaz e barata disponível, a varíola continuou fazendo milhões de vítimas na Europa e Estados Unidos durante todo o século XIX e início do XX, não só pela falta de estrutura, mas essencialmente por causa da desinformação.

No final do século XIX, diversas sociedades antivacina surgiram nos Estados Unidos, travando longas batalhas judiciais para derrubar as leis de vacinação em seus estados. No mesmo período, a lista de surtos de doenças evitáveis cresceu, mesmo com o surgimento de diversas novas vacinas.

Os movimentos antivacinação voltaram a gerar controvérsias a partir da década de 1970. Alegações de que tríplice contra difteria, coqueluche e tétano causaria problemas neurológicos em crianças derrubaram as taxas de vacinação no período. Mesmo com estudos posteriores desmentindo os rumores, o estrago já havia sido feito.

Mais recentemente, a tríplice viral foi a bola da vez: um artigo publicado em 1998 relacionava a vacina a casos de autismo. Anos depois, ficou claro que o estudo havia sido propositalmente fraudado, sendo seu autor condenado por má conduta profissional.

As vacinas disponíveis contra a COVID-19 – que já ceifou mais de 1,6 milhões de vidas – também se tornaram alvo desses grupos. Alegações de que a tecnologia de RNA mensageiro alteraria nosso material genético pipocam na internet, apesar das dezenas de milhares de testes e nenhuma evidência nesse sentido. Em alguns casos, a conspiração se torna ainda mais mirabolante.

As primeiras vacinas contra a COVID-19 já estão sendo aplicadas no Reino Unido e EUA. Ainda não se sabe quando teremos alguma por aqui, porém, quando estiver disponível, não caia em fake news. Seja responsável, vacine-se. Movimentos antivacinas já custaram muitas vidas, dor e sofrimento ao longo dos últimos dois séculos.

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