Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais
Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais. ⠀ A vacina é uma das maiores invenções da história da medicina. Com mais de dois séculos de história e milhões de vidas salvas todos os anos, as campanhas de vacinação mudaram a trajetória da espécie humana para melhor e ampliaram em muito a nossa qualidade de vida. ⠀ Mas, como tudo que é vanguarda na Ciência, trouxe reações contrárias de camadas da sociedade regidas pelo ceticismo infundado, pelo obscurantismo e pelo fundamentalismo. Os críticos assumiram diversas posições ao longo do tempo, indo de argumentos teológicos à fraude científica. E em meados do século XIX os movimentos começaram a se oficializar, com as ligas antivacinação nos EUA e Inglaterra. ⠀ Edward Jenner é considerado o fundador da vacina no Ocidente em 1796, depois que inoculou um menino de 13 anos com o vírus da varíola bovina, fazendo com que ele desenvolvesse imunidade à varíola humana. Alguns dos primeiros opositores da vacinação acreditavam que a vacina era “anticristã” por vir de um animal. Também havia desconfiança nas ideias de Jenner sobre a disseminação da doença. ⠀ A vacinação andava a passos lentos. Mesmo com uma vacina segura, eficaz e barata disponível, a varíola continuou fazendo milhões de vítimas na Europa e Estados Unidos durante todo o século XIX e início do XX, não só pela falta de estrutura, mas essencialmente por causa da desinformação. ⠀ No final do século XIX, diversas sociedades antivacina surgiram nos Estados Unidos, travando longas batalhas judiciais para derrubar as leis de vacinação em seus estados. No mesmo período, a lista de surtos de doenças evitáveis cresceu, mesmo com o surgimento de diversas novas vacinas. ⠀ Os movimentos antivacinação voltaram a gerar controvérsias a partir da década de 1970. Alegações de que tríplice contra difteria, coqueluche e tétano causaria problemas neurológicos em crianças derrubaram as taxas de vacinação no período. Mesmo com estudos posteriores desmentindo os rumores, o estrago já havia sido feito. ⠀ Mais recentemente, a tríplice viral foi a bola da vez: um artigo publicado em 1998 relacionava a vacina a casos de autismo. Anos depois, ficou claro que o estudo havia sido propositalmente fraudado, sendo seu autor condenado por má conduta profissional. ⠀ As vacinas disponíveis contra a COVID-19 – que já ceifou mais de 1,6 milhões de vidas – também se tornaram alvo desses grupos. Alegações de que a tecnologia de RNA mensageiro alteraria nosso material genético pipocam na internet, apesar das dezenas de milhares de testes e nenhuma evidência nesse sentido. Em alguns casos, a conspiração se torna ainda mais mirabolante. ⠀ As primeiras vacinas contra a COVID-19 já estão sendo aplicadas no Reino Unido e EUA. Ainda não se sabe quando teremos alguma por aqui, porém, quando estiver disponível, não caia em fake news. Seja responsável, vacine-se. Movimentos antivacinas já custaram muitas vidas, dor e sofrimento ao longo dos últimos dois séculos.
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Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais
Conheça a história dos movimentos antivacina e suas consequências fatais.
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A vacina é uma das maiores invenções da história da medicina. Com mais de dois séculos de história e milhões de vidas salvas todos os anos, as campanhas de vacinação mudaram a trajetória da espécie humana para melhor e ampliaram em muito a nossa qualidade de vida.
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Mas, como tudo que é vanguarda na Ciência, trouxe reações contrárias de camadas da sociedade regidas pelo ceticismo infundado, pelo obscurantismo e pelo fundamentalismo. Os críticos assumiram diversas posições ao longo do tempo, indo de argumentos teológicos à fraude científica. E em meados do século XIX os movimentos começaram a se oficializar, com as ligas antivacinação nos EUA e Inglaterra.
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Edward Jenner é considerado o fundador da vacina no Ocidente em 1796, depois que inoculou um menino de 13 anos com o vírus da varíola bovina, fazendo com que ele desenvolvesse imunidade à varíola humana. Alguns dos primeiros opositores da vacinação acreditavam que a vacina era “anticristã” por vir de um animal. Também havia desconfiança nas ideias de Jenner sobre a disseminação da doença.
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A vacinação andava a passos lentos. Mesmo com uma vacina segura, eficaz e barata disponível, a varíola continuou fazendo milhões de vítimas na Europa e Estados Unidos durante todo o século XIX e início do XX, não só pela falta de estrutura, mas essencialmente por causa da desinformação.
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No final do século XIX, diversas sociedades antivacina surgiram nos Estados Unidos, travando longas batalhas judiciais para derrubar as leis de vacinação em seus estados. No mesmo período, a lista de surtos de doenças evitáveis cresceu, mesmo com o surgimento de diversas novas vacinas.
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Os movimentos antivacinação voltaram a gerar controvérsias a partir da década de 1970. Alegações de que tríplice contra difteria, coqueluche e tétano causaria problemas neurológicos em crianças derrubaram as taxas de vacinação no período. Mesmo com estudos posteriores desmentindo os rumores, o estrago já havia sido feito.
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Mais recentemente, a tríplice viral foi a bola da vez: um artigo publicado em 1998 relacionava a vacina a casos de autismo. Anos depois, ficou claro que o estudo havia sido propositalmente fraudado, sendo seu autor condenado por má conduta profissional.
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As vacinas disponíveis contra a COVID-19 – que já ceifou mais de 1,6 milhões de vidas – também se tornaram alvo desses grupos. Alegações de que a tecnologia de RNA mensageiro alteraria nosso material genético pipocam na internet, apesar das dezenas de milhares de testes e nenhuma evidência nesse sentido. Em alguns casos, a conspiração se torna ainda mais mirabolante.
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As primeiras vacinas contra a COVID-19 já estão sendo aplicadas no Reino Unido e EUA. Ainda não se sabe quando teremos alguma por aqui, porém, quando estiver disponível, não caia em fake news. Seja responsável, vacine-se. Movimentos antivacinas já custaram muitas vidas, dor e sofrimento ao longo dos últimos dois séculos.