Argentina: como um dos países mais ricos do mundo ficou pobre?

20 de abril de 2021

▶ Argentina no passado

No início do século XX, o futuro da Argentina parecia brilhante. Desde a promulgação da Constituição de 1853, o país experimentou forte crescimento econômico e modernização institucional. Em 1912, a Argentina era a 9ª economia com maior renda por habitante do Mundo, à frente da Dinamarca, Alemanha e França.

▶ Argentina hoje

De lá pra cá, nossos vizinhos regrediram para os níveis de renda média que vemos hoje, com problemas típicos de países subdesenvolvidos.

Como isso foi possível?

A grande resposta está relacionada à triste história de degradação institucional e ao populismo.

▶ Por que deu certo no passado?

Em comparação com outras áreas da América Latina, a Argentina tinha uma institucionalidade democrática e liberal, baixa densidade populacional e abundância de terras férteis. Estes elementos atraíram imigrantes e investimentos europeus, impulsionando o crescimento da produção, das exportações e da renda. Ao contrário de outros países latinos, o desenvolvimento argentino se aproximou dos níveis da Europa Ocidental e da América do Norte.

▶ Início do declínio

Porém, o golpe militar de 1930 seria o início do declínio. Ao minar os fundamentos do Estado de Direito, a Argentina abriu caminho para a instabilidade permanente. Após a eleição de Juan Perón, em 1946, o Estado de Direito argentino praticamente viu seu fim. Uma série de colapsos institucionais ocorreu como resultado de políticas antidemocráticas, clientelistas e populistas.

▶ Nada é tão ruim que não possa piorar

Os peronistas colocaram os juízes da Suprema Corte em julgamento político, forçaram sua renúncia e os substituíram por outros simpáticos às suas agendas. O poder foi concentrado.

Na economia, o estado se tornou cada vez mais intervencionista: nacionalizações e regulações enfraqueceram os direitos de propriedade e a liberdade para trabalhar e empreender.

Controles de preços e aluguéis se disseminaram, o banco central foi usado para cobrir dívidas e o clientelismo se generalizou nas empresas estatais.

▶ Fracasso do Kirchnerismo

Tal modelo condenou a Argentina a décadas de produtividade estagnada, inflação alta e baixo crescimento econômico. Mesmo após a redemocratização em 1983, o país sofre com a estrutura herdada de mais de meio século de populismo e instabilidade.

Mais recentemente, nos anos 2000 e 2010, os Kirchner seguiram os passos de Perón, levando as contas públicas argentinas ao colapso e à recessão.

▶ Fracasso de Mauricio Macri

O sucessor, Mauricio Macri, foi eleito com a promessa de responsabilidade fiscal e liberalização da economia. Entretanto, entregou o oposto:

❌Congelou preços
❌Não cortou gastos públicos
❌Não privatizou estatais ineficientes e deficitárias
❌Concedeu aumento para servidores e aposentados em plena crise orçamentária
❌Não fez reformas no funcionalismo público.

▶ Fracasso de Alberto Fernández

Após a eleição de Alberto Fernández, em 2019, a agenda econômica se degradou como nunca nas últimas décadas. O país decidiu não honrar com seus compromissos da dívida externa e está prestes a dar o 5º calote externo desde 1980. Para lidar com a inflação, ao invés de controlar a emissão de moeda e os gastos do governo, a Argentina tem apostado no controle de preços, que sempre deu errado no país e no restante do Mundo.

▶ Lições para o Brasil

O Brasil deve se espelhar nas experiências que deram certo, mas também deve estar atento às experiências que deram errado. Se o Brasil quiser se desenvolver, o fracasso dos nossos vizinhos deve servir de alerta sobre o que não fazer.

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