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Brasil piora em competitividade
O Brasil tem apresentado resultado pífio em rankings globais de competitividade. Segundo o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, ocupamos apenas a 124ª posição dentre 180 nações. Dentre os quesitos analisados, os piores desempenhos estão em integridade governamental, saúde fiscal e gastos governamentais.
Já o Relatório de Competitividade Global, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil aparece em 60º dentre 64 países, à frente apenas de África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. No mais recente levantamento, realizado pelo International Institute for Management Development com 67 países, ocupamos apenas a 62ª posição, queda de duas posições desde 2023.
A análise recém publicada pelo IMD aponta que as maiores dificuldades do Brasil estão nos itens de eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Em subitens como educação em gestão, habilidades linguísticas, educação universitária e educação básica e secundária, ocupamos o último lugar. A notória deficiência em educação e a baixa eficiência governamental têm reflexo direto na eficiência empresarial.
A produtividade é das mais baixas do planeta e falta mão de obra qualificada. Barreiras tarifárias, alto custo de capital, excessiva burocracia para criação, gestão e extinção de empresas e legislação trabalhista complexa tornam a vida do empreendedor brasileiro um desafio que poucos conseguem suportar por mais de alguns anos.
Para avançarmos na qualidade do capital humano, o Brasil precisa rever as prioridades educacionais. A melhora da educação básica e secundária é o ponto de partida para tanto. Atualmente, o país investe três vezes mais no ensino superior do que na educação de crianças e adolescentes. Com essa discrepância, os alunos que conseguem chegar às faculdades e universidades carecem, muitas vezes, de habilidades fundamentais relacionadas à escrita e ao raciocínio lógico-matemático.
Dificilmente o curso superior suprirá tais deficiências. Corrigir o desequilíbrio de investimentos é fundamental para qualificarmos os futuros profissionais e aprimorarmos a produtividade da população, gerando inovação, crescimento de riqueza e da renda.
Ao lado da qualificação na educação, os empreendedores precisam de menos amarras às suas atividades. O crédito caro é um dos tantos empecilhos que enfrentam. Nesse sentido, é necessária uma reforma no sistema bancário que estimule a diversificação e ampliação do mercado de crédito, facilitando a concorrência entre instituições financeiras.
Nada disso, entretanto, será suficiente se a taxa básica da economia seguir alta. Para ser possível reduzi-la, o governo precisa ter compromisso sério com corte de gastos e austeridade fiscal. Quanto mais o governo gasta, mais caro fica o dinheiro. Infelizmente, o que se vê é um governo cada vez mais perdulário e afoito por arrecadação, penalizando quem quer gerar empregos. Temos seguido a receita da improdutividade.
O Brasil tem potencial para subir nos rankings de competitividade e liberdade econômica. Hoje, o cenário é penoso e não dá sinais de que melhorará, tendo em conta as péssimas escolhas econômicas e políticas do atual governo. É preciso racionalizar os investimentos em educação e aprovar reformas que facilitem a vida de quem verdadeiramente gera a riqueza do país. Será necessário mudar pelo voto para que possamos começar o enfrentamento a este imenso desafio.