
Em artigo para a coluna do Estadão, o deputado estadual Daniel José (NOVO SP) explica como o debate na área de ensino ainda precisa evoluir.
O Estado brasileiro ainda deixa de investir na educação de quem mais precisa para custear o ensino de quem pode pagar pelo próprio estudo. A cobrança de mensalidade e de estacionamento para quem tem condições é apenas uma pequena parte da mudança cujo sistema educacional precisa passar.
Em 2010, 94% dos calouros da USP estavam entre os 20% mais ricos do país. Atualmente, 85% dos alunos ainda pertencem a esses 20%. Além disso, nossas universidades públicas focam em desenvolver pesquisadores, deixando de lado a formação de profissionais para o mercado de trabalho e de bons professores para o ensino básico.
Na década de 1960, o estado da Califórnia fez uma enorme transformação no seu sistema de ensino superior para combater esse problema. A solução encontrada foi dividir o ensino superior em três categorias que seriam responsáveis por atender diferentes públicos:
Universidade da Califórnia (UC) – Focada em alunos que querem ser referência na área de pesquisa, a UC atende cerca de 250 mil alunos em 10 campus.
Universidade Estadual da Califórnia (CSU) – Voltada à qualificação para o mercado de trabalho, a CSU forma profissionais para áreas que o mercado demanda: engenheiros, programadores, administradores, etc. Esse modelo atende 470 mil alunos em 23 campus.
Sistema de Community Colleges da Califórnia (CCC) – Esse sistema é gratuito e é responsável por receber principalmente estudantes de baixa renda que não teriam condições de ingressar na CSU ou na UC. O papel da CCC é formar enfermeiros, bombeiros, policiais, mecânicos, etc. Esse sistema atende 2,1 milhões de pessoas em 114 escolas.
Com esse modelo, a Califórnia se tornou exemplo ao ter 62 Prêmios Nobel.
O NOVO acredita que devemos nos inspirar nos exemplos que deram certo. Somente priorizando o ensino de quem mais precisa será possível criar um país com mais oportunidades.
Um NOVO Brasil já começou.
Imagem: Alesp