
Após ações decisivas da bancada do NOVO, convocando o sócio do “Careca do INSS” e conduzindo seu interrogatório, que sofreu prisão por mentir em depoimento à CPMI do INSS. Ao que tudo indica, o depoente participou dos crimes gravíssimos na fraude do INSS, movimentando ilegalmente milhões de idosos vulneráveis.
A Comissão determinou a prisão do empresário Rubens Oliveira Costa nesta segunda-feira (22) por falso testemunho. A Polícia Federal também investiga ele, mas até agora Costa não estava sendo processado na justiça. Isto mudou por meio da atuação da CPMI.
O empresário trabalhou como diretor financeiro em empresas associadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. Nesta função, Costa teria movimentado:
– R$ 33 milhões em 2023;
– R$ 70 milhões em 2024;
– R$ 1,7 milhão apenas na conta pessoal do Careca.
A PF aponta que Antunes agia como lobista, intermediando a relação do INSS com organizações e sindicatos que realizavam os descontos ilegais dos aposentados. Confira mais detalhes sobre a seção da CPMI a seguir!
– Atuação do NOVO na prisão de Rubens Costa pela CPMI do INSS
– Questionamentos de Marcel van Hattem
– Mais contradições do sócio do Careca do INSS
A audiência desta segunda-feira ocorreu a partir do requerimento de convocação de Costa, produzido e protocolado pela deputada Adriana Ventura (NOVO-SP) na semana passada.
Após ser preso, Costa pagou fiança e recorre em liberdade, mas a deputada do NOVO destaca que esta foi uma ação importante mesmo assim. “Mesmo que tenha pago a fiança, ele ainda terá de responder por seus crimes”, afirmou.
“Rubens Oliveira Costa trabalhava como diretor financeiro do Careca do INSS, sacava malas e malas de dinheiro. Que bom que a CPMI está caminhando e as ações estão sendo tomadas”, concluiu a parlamentar do NOVO.
O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) também teve uma contribuição importante na sessão desta segunda-feira, trazendo questionamentos ao sócio do Careca.
“Chama atenção que o senhor recebia R$ 70 mil por mês, mas vive de aluguel, tem um carro de R$ 220 mil e R$ 300 mil na poupança. O que o senhor fazia com seu salário? Você dava uma parte dele para alguém?”, perguntou.
O ex-diretor financeiro recorreu ao direito de não responder, mas Marcel continuou pressionando.
“O que também nos causa uma impressão muito negativa é ver que a sua evolução patrimonial. A partir de 2022, a sua movimentação bancária foi muito maior do que o que você declarou”, acrescentou.
“Principalmente, em 2023, com R$ 347 mil declarados no IRPF, para R$ 500 mil declarados em 2024 e com movimentação de R$ 2 milhões neste ano. Por que isso aconteceu?”, questionou.
O depoente respondeu que a movimentação de R$ 2 milhões seriam fruto da sua remuneração. A conta não bate.
Somando toda a remuneração ao longo dos 12 meses de 2024, Costa teria acumulado R$ 840 mil. Assim, haveria R$ 1,16 milhão em valores de origem desconhecida.
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Além da questão anterior, Costa se contradisse ao negar envolvimento com a Acca Consultoria, mas depois admitir transferir suas funções, incluindo a empresa, para Milton Salvador. Outras atitudes controversas dele foram:
– Confirmou ter administrado o financeiro e operações de empresas como Acca, Prospect e outras;
– Admitiu encontro recente com Gustavo Gaspar, assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA), mas evitou responder sobre propinas ou operações criminosas;
– Se recusou a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, alegando ser investigado e não poder se comprometer com uma versão que o incriminasse;
– Não explicou movimentações de R$ 5 milhões da Curitiba Consultoria, ligada à esposa do ex-procurador-geral do INSS, nem saques de R$ 3 milhões e provisionamentos de R$ 3,3 milhões.
A CPMI, com apoio unânime da bancada do NOVO, já havia solicitado a prisão de Costa e outras 20 pessoas, incluindo o Careca. Um novo ofício deve ser encaminhado para o ministro André Mendonça, que é relator do caso no STF, pedindo celeridade no processo.