Com Voto Contrário do NOVO, Câmara Aprova Criação de Quase 2 Mil Cargos Comissionados para o Governo Lula

Todos os deputados federais do NOVO votaram contra o projeto do governo Lula que cria quase 2 mil novos cargos comissionados. Da esquerda para direita: os deputados do NOVO Ricardo Salles, Adriana Ventura, Marcel van Hattem, Gilson Marques, Luiz Lima, e o senador Eduardo Girão (NOVO-CE) (créditos: reprodução).
Todos os deputados federais do NOVO votaram contra o projeto do governo Lula que cria quase 2 mil novos cargos comissionados. Da esquerda para direita: os deputados do NOVO Ricardo Salles, Adriana Ventura, Marcel van Hattem, Gilson Marques, Luiz Lima, e o senador Eduardo Girão (NOVO-CE) (créditos: reprodução).
23 de maio de 2025

O brasileiro já paga uma quantidade absurda de impostos e esse é um preço pago desproporcionalmente pelos mais pobres. Aumentar o número de funcionários públicos, sem estabelecer critérios de desempenho, não ajudará em nada a população. Por isso, a bancada do NOVO votou integralmente contra o projeto do governo Lula para aumentar salários e cargos comissionados. O partido foi o único que orientou contra.

Nesta quarta-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou o PL 1466/2025, que aumenta salários e o número de cargos do governo federal. Fazer isso em plena crise fiscal é um  desprezo completo pelo pagador de impostos.

O placar foi de 388 votos favoráveis e 43 contrários. Agora o Senado avaliará a proposta. O projeto inicial também incluía mudanças nas regras de progressão de carreiras do funcionalismo público.

Porém, deve haver um projeto de lei distinto voltado à reforma administrativa para discutir esse ponto.

O PL transforma em lei uma medida provisória que o governo editou no último ano. Ela estabelecia reajustes salariais para categorias que fizeram lobby e pressionaram por aumentos.

O líder do NOVO na Câmara, deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS), destacou que o número de cargos adicionais do projeto é quase o dobro de toda a realeza britânica.

“O NOVO orienta contra esse aumento de despesas, que vão custar mais de R$ 80 bilhões nos próximos 3 anos. Estão sendo criados 1.955 cargos em comissão para o Lula nomear como ele quiser. Para se ter uma ideia, o STF, que nós criticamos tanto, tem 1,2 mil. A realeza britânica inteira tem 1,1 mil. Isso é um absurdo”, ressaltou.

Peso desproporcional sobre os brasileiros de baixa renda

O deputado Gilson Marques (NOVO-SC) apontou que a proposta é um peso desproporcional sobre o cidadão de baixa renda e que ela não ajuda em nada essas pessoas.

“Mais uma vez, essa Câmara está votando aumento de cargos, aumento de salários, aumento da estrutura estatal para quem pagar? O brasileiro comum. Os brasileiros que ganham menos de três salários mínimos pagam 52% de todos os impostos”, cravou.

“E quanto custa o gasto que esse projeto vai trazer? A partir do ano que vem, R$ 27 bilhões de reais. É mais ou menos o quanto vai custar a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Isso tudo sem nenhuma contrapartida, sem avaliação de desempenho. Dos 30 países que mais cobram tributos no mundo, o Brasil tem a pior relação entre impostos cobrados e qualidade de serviços entregues”, concluiu.

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O projeto do aumento de cargos comissionados do governo Lula e o impacto no bolso do brasileiro

A proposta também define novos salários para 2025 e 2026, ajustados conforme a categoria dos servidores.

Os vencimentos dos funcionários e servidores públicos federais serão corrigidos em duas fases: a primeira já foi implementada, e a segunda está prevista para 1º de abril de 2026.

Segundo o Ministério da Gestão, o aumento médio para os servidores federais será de 27% entre 2023 e 2026. Não houve a divulgação dos percentuais específicos por categoria.

Em 2023, foi aplicado um reajuste linear de 9% para cargos comissionados, funções de confiança e gratificações. A proposta também prevê aumentos diferenciados, baseados no nível hierárquico, para cargos em comissão e funções de confiança.

Os percentuais de reajuste variam entre 9% e 30%, abrangendo tanto cargos efetivos quanto comissionados.

De acordo com o governo e o relator, o impacto financeiro da proposta será de R$ 17,9 bilhões em 2025, R$ 26,7 bilhões em 2026 e R$ 29,1 bilhões em 2027.

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