
No Brasil, nem os aposentados têm um minuto de paz. A situação caótica por que passa o Instituto Nacional do Seguro Social traduz a bagunça institucional do governo. Não se trata apenas da tradicional burocracia que atrasa a vida de milhões de brasileiros. A fraude institucionalizada, as filas intermináveis e um sistema que, no fundo, já nasceu condenado, são sinais alarmantes de um futuro incerto para quem contribui com a previdência. O escândalo recente desvendado pela Polícia Federal no INSS não é um ponto fora da curva. É a regra, infelizmente.
O que foi revelado nesta semana é acintoso até para os típicos esquemas de corrupção que assolam o país. Associações de fachada, descontos indevidos, falsificação de assinaturas. “Desconto indevido” é apenas um jeito sofisticado de dizer roubo. Os aposentados do INSS estão sendo assaltados há anos. Foram e são alvo de bandidos, que se sentem seguros para roubar um mínimo de dignidade dessas pessoas. Gente que trabalhou a vida inteira e, na velhice, virou presa fácil. E com a anuência do governo, responsável pelo INSS, cujo presidente foi, finalmente, demitido.
Enquanto isso, a fila cresce. Dois milhões de pessoas aguardam análise de benefício. Doentes, idosos, trabalhadores que dependem desse dinheiro para sobreviver. Esperam meses, às vezes anos. O governo promete força-tarefa, mutirão, aplicativo novo. Nada resolve. A fila só aumenta. O drama é invisível para quem nunca precisou do INSS.
Mas o problema não para aí. O rombo da Previdência é uma bomba-relógio. Em 2023, o déficit passou de 300 bilhões de reais, ou seja: com tudo que foi arrecadado em contribuições, ainda faltaram 300 bilhões para pagar todas as aposentadorias e pensões. Subiu mais de 17% em um ano. E não adianta culpar só a má gestão ou a corrupção. O problema é estrutural. O modelo do INSS é antigo, foi feito para um Brasil que não existe mais.
A pirâmide etária mudou. Antes, havia muitos jovens para poucos idosos. Agora, é o contrário. A expectativa de vida aumentou. A natalidade despencou. Cada vez menos trabalhadores sustentam cada vez mais aposentados. A conta não fecha. Não vai fechar. Não há “auditoria mágica”, nem discurso bonito que resolva.
A reforma da Previdência de 2019 foi um paliativo, não resolveu. O déficit só cresce. O Tesouro já admite: se nada mudar, o rombo vai paralisar o país. O futuro é um só – ou enfrentamos a verdade, ou a Previdência implode de vez.
O brasileiro honesto paga a conta. Paga pelo corrupto, pelo fraudador, pelo sistema falido. Paga com espera, com humilhação, com incerteza. E paga caro. O Brasil real do INSS é esse: fraude, fila e fracasso. O resto é conversa fiada.
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