
Quem mora em Recife-PE paga caro pelo lixo: foram mais de R$ 70 milhões arrecadados na Taxa de Resíduos Sólidos. Mas esse dinheiro não está indo para o lixo: somente R$ 9,7 milhões (13%) foram destinados à coleta seletiva no município. Apenas 1,3 kg a cada 100 kg de lixo são reciclados e a taxa não serve ao seu propósito. É o que aponta o TCE-PE. Diante disso, nesta quarta-feira (23), os vereadores do NOVO anunciaram uma série de medidas contra esse descaso da gestão João Campos (PSB).
Não precisa ser especialista para ver que a capital pernambucana tem uma gestão do lixo péssima. O entulho está espalhado em grande quantidade por ruas, praças e praias.
Porém, a denúncia dos vereadores Eduardo Moura (NOVO) e Felipe Alecrim (NOVO) veio a partir de um estudo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), que aponta dados alarmantes sobre a sujeira na capital pernambucana.
Diante dessa situação, os vereadores adotaram as seguintes medidas:
– Encaminharam requerimentos de informação urgentes à EMLURB (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife) e à SEFIN (Secretaria Municipal das Finanças), solicitando esclarecimentos;
– Sugeriram a realização de uma audiência pública para discutir o tema com a população e órgãos competentes;
– Iniciaram fiscalizações diretas nos contratos e na execução do serviço;
Além disso, os parlamentares não descartam levar o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), caso a Prefeitura não apresente respostas satisfatórias.
“É nosso dever dar voz ao que o TCE apontou. Fiscalizar é proteger o dinheiro do povo e cuidar do Recife”, afirmou Felipe Alecrim.
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Segundo o relatório, em 2023 a Prefeitura obteve uma arrecadação de R$ 71 milhões por meio da Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD), conhecida como a taxa do lixo.
Apesar disso, somente R$ 9,7 milhões foram destinados à coleta seletiva, o que equivale a pouco mais de 13% do total arrecadado.
O dado mais assustador: apenas 1,3% dos resíduos foram efetivamente reciclados, enquanto a maior parte, 98%, foi encaminhada diretamente para aterros sanitários.
Os parlamentares destacam que os cidadãos estão pagando por um sistema que não opera como deveria.
Entre as falhas apontadas pelo TCE e destacadas pelos parlamentares estão:
– Valor elevado da taxa, sem um retorno proporcional em serviços;
– Poucos recursos investidos na coleta seletiva;
– Baixo envolvimento dos condomínios no processo;
– Ausência de uma organização responsável pela fiscalização do serviço;
– Falta de objetivos e indicadores claros para a reciclagem.
“Não é questão política. É justiça com quem paga a conta. Vamos cobrar providências”, destacou Eduardo Moura.
Com o pacote de medidas, os vereadores do NOVO demonstram que estão vigilantes quanto à aplicação dos recursos públicos e buscam uma cidade mais limpa, transparente e com políticas ambientais que realmente funcionem.