
O ex-assessor do ministro de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, foi um dos envolvidos no caso das mensagens vazadas que demonstraram que Moraes cometeu irregularidades para perseguir desafetos de direita. Agora, Tagliaferro teme ser assassinado: para esclarecer as irregularidades do STF e as ameaças ao ex-assessor, o senador Eduardo Girão (NOVO-CE) convocou uma audiência pública, que foi aprovada pelo Senado.
Nesta terça-feira (22), a Comissão de Segurança Pública da Casa aprovou a realização da audiência. Foram convidados a comparecer:
– O ministro do STF Alexandre de Moraes;
– O ex-assessor do ministro, Eduardo Tagliaferro;
– O juiz auxiliar do ministro, Airton Vieira;
– O juiz auxiliar do ministro, Marco Antônio Martins Vargas;
– O jornalista Sérgio Tavares, que revelou que Tagliaferro teme por sua vida;
– O jornalista Glenn Greenwald, que revelou as mensagens vazadas na Folha de SP.
“Finalmente conseguimos marcar a audiência pública. O Brasil e o Senado precisam saber de tudo que está por baixo dos panos. E eu pedi proteção policial para o Sr. Tagliaferro”, afirmou o senador do NOVO pelas redes sociais.
A audiência acontecerá na próxima terça-feira (29) às 11h e será transmitida ao vivo pelo canal do Senado no Youtube.
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No ano passado, a Folha de S. Paulo mostrou que Alexandre de Moraes usou o WhatsApp para pedir relatórios “por baixo dos panos” para seus assessores e incriminar críticos às suas ações no STF.
Pelas reportagens, o time do ministro Alexandre de Moraes fez pelo menos 20 pedidos de relatórios fora do canal oficial, tudo via WhatsApp. As matérias da Folha citam os juízes auxiliares, Marco Antônio Martins Vargas e Airton Vieira.
Eles estariam ligados a um esquema em que o gabinete de Moraes pedia ações não oficiais ao setor de combate a fake news do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – tanto durante quanto depois das eleições de 2022.
Airton Vieira atua no STF como juiz instrutor de Moraes, enquanto Marco Antônio trabalhou com ele no TSE naquele período.
Eduardo Tagliaferro, especialista em informática, foi um dos encarregados de fazer esses relatórios. Moraes o nomeou em 2022 como chefe de um setor do TSE voltado ao combate à desinformação.
Com experiência em perícia digital, Tagliaferro reunia dados que embasaram as decisões de Moraes contra seus desafetos.
Depois que as mensagens vazaram, as autoridades abriram um inquérito para apurar o vazamento e Tagliaferro está na lista dos investigados. Em 2024, ele admitiu que está com receio de sofrer retaliação do ministro.
“Compareci quando fui chamado, dei todos os esclarecimentos, tenho residência fixa, trabalho com perícias para diversos tribunais do país”, afirmou em entrevista à Folha de SP.
“Não faz sentido algum atrapalhar as investigações e tenho interesse que os responsáveis pelo vazamento do meu telefone e a sua consequente inutilização sejam identificados e responsabilizados. Mas, apesar disso tudo, tenho medo sim”, completa.
No mesmo ano, ele voltou a falar sobre o assunto, dizendo que temia pela própria segurança, principalmente depois que vazaram mensagens com ameaças contra ele.
Em março de 2025, novos vazamentos mostraram que o perito acredita que sua vida corre perigo.