
por Leandro Lyra
O vereador Jorge Braz da Câmara do Rio apresentou um projeto de lei que obriga os restaurantes e bares a fornecerem gratuitamente uma xícara de café para os clientes que consumirem o valor mínimo de R$ 30. Leandro Lyra, primeiro vereador do NOVO no Rio de Janeiro faz uma rápida análise sobre esta proposta
Imagine que você é dono de um restaurante e te obrigam a servir uma fatia de torta alemã a todos os clientes que desejarem. O que você faria?
Uma estratégia racional, e realista, seria a seguinte. Estimar o percentual de pessoas que iriam pedir a fatia (e.g. 60%), acrescentar uma margem de segurança (e.g. mais 20%), calcular o custo adicional médio por pessoa e o respectivo aumento de preços que garanta a sustentabilidade financeira do negócio.
Sendo custo da fatia R$ 5,00 e o valor médio gasto por pessoa R$ 30,00, nós teríamos que elevar os preços em 0,8*5/30=13%. Achou o valor alto? Sim, é.
E se, ao invés de uma fatia de torta, nós fizéssemos o mesmo com uma xícara de café. O raciocínio seria o mesmo, porém a ordem de grandeza do aumento seria menor. Isto, porém, não torna a prática menos abusiva.
E é aqui que nós precisamos conscientizar as pessoas de que não existe “café grátis”. O preço do café, ou da torta, será pago de uma forma ou de outra. A única diferença é que, caso seja obrigatório, pessoas que não estão interessadas em consumir o produto também pagarão por ele, e o valor total cobrado será maior (lembre-se da margem de segurança).
Ir contra projetos que sigam essa linha “populista” e buscar a revogação de leis anacrônicas e despropositadas. Isso é ser NOVO 30.
Leandro Lyra é o primeiro vereador do NOVO no Rio de Janeiro e foi o 10º candidato mais votado na cidade em 2016. É engenheiro eletricista pelo Instituto Militar de Engenharia, mestre e doutorando em Economia Matemática pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
O texto reflete a opinião do autor e não necessariamente a posição do partido.