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Editorial: As histórias mal contadas do 8 de Janeiro
Em vez de armar um teatro “em defesa da democracia” e promover sua narrativa sobre os ataques de 8 de Janeiro, Lula e o STF deveriam aproveitar a data para esclarecer questões ainda mal respondidas aos brasileiros.
Como perguntou na semana passada o embaixador do NOVO, Deltan Dallagnol, por que o ministro Alexandre de Moraes revelou só agora que havia um plano para matá-lo? Por que não mostrou provas desse plano? Por que não se declarou impedido de julgar esses acusados, tendo em vista que é uma potencial vítima dos agressores?
Não há dúvida que os atos de 8 de Janeiro foram criminosos. Mas podem ser considerados “autores de uma tentativa de golpe” os vândalos que atacaram palácios vazios num domingo, não tentaram prender ou matar autoridades e que abandonaram o local sem resistência assim que alguns policiais começaram a agir?
Por que outras invasões a prédios públicos, como as cometidas corriqueiramente pelo MST e pela esquerda, não foram tratadas como crimes?
Por que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, não liberou imagens de dezenas de câmeras do seu ministério? Se os petistas se esforçam para parecer comovidos pelos ataques, por que resistiram a esclarecer a atuação das autoridades durante o episódio?
Por que, diante dos condenáveis atos de vandalismo e invasão dos palácios, a Força Nacional foi tão omissa quanto a Polícia Militar? É inconsistente o argumento, utilizado por Flávio Dino, de que a guarda precisaria de autorização estadual. Qualquer cidadão pode atuar para deter alguém em flagrante delito. No caso de agentes da lei, cruzar os braços durante a ocorrência de crimes pode até mesmo ser considerado coautoria por omissão. Diante de inúmeros alertas, a Força Nacional poderia, sim, ter liderado uma resposta emergencial.
Falando em omissão, por que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional abriu as portas do Palácio do Planalto? O que ele conversou com o presidente Lula logo antes de deixar os vândalos ingressarem na sede do Executivo?
Quem vai responder pela morte de Clériston Andrade, o Clezão, um dos mantidos em prisão ilegal que morreu durante um mal súbito na Papuda, depois de dezenas de atendimentos médicos e de um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República à sua liberdade provisória?
Como se pode falar em “defesa do Estado de Direito” quando, um ano depois do 8 de janeiro, 65 pessoas ainda estão presas preventivamente, das quais 33 sequer foram denunciadas pelo Ministério Público?
Por fim, como podem falar em defesa da democracia aqueles que dia após dia atropelam decisões democráticas tomadas pelos representantes do povo no Congresso Nacional?
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