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Editorial: Ao apoiar o Hamas, esquerda brasileira age não só contra Israel, mas contra o povo palestino
Políticos e militantes de esquerda têm cometido o absurdo de defender as atrocidades praticadas pelo Hamas contra cidadãos israelenses, acreditando que dessa forma estão apoiando a causa palestina. Quando não apoiam descaradamente os atos do Hamas, usam meias palavras e consideram a barbárie como parte de uma suposta “resistência palestina”.
É uma postura tola. Quem de fato defende a paz no Oriente Médio e melhores condições de vida aos palestinos precisa, com toda a convicção, se opor ao Hamas, ao Hezbollah e ao Irã, o principal financiador do terrorismo no Oriente Médio.
O Hamas não é um legítimo representante dos palestinos da Faixa de Gaza. Chegou ao poder depois de um golpe, massacrando oponentes do Fatah. A perseguição incluiu jogar dissidentes árabes do alto de prédios.
Apoiado por ingênuos esquerdistas brasileiros, o governo do Hamas é em si próprio um desrespeito aos direitos dos palestinos. Um relatório da Anistia Internacional de 2015 detalhou os casos de tortura, prisões extrajudiciais e execução de palestinos desprotegidos por parte do grupo. Na tentativa de espalhar o medo sobre os moradores de Gaza, o Hamas aniquila dissidentes acusando-os, sem provas ou devido processo legal, de colaborar com os israelenses.
Uma situação similar ocorre ao norte de Israel, no Líbano sob controle do Hezbollah. O grupo paramilitar xiita, apoiado pelo Irã, impõe sua dominação a despeito das preferências de outras etnias libanesas, como os muçulmanos sunitas e os diversos grupos cristãos.
Uma prova de que o Hezbollah não atua em defesa da autonomia do povo árabe ficou escancarada em 2011. Diante da revolta dos vizinhos sírios contra a ditadura de Bashar al-Assad, o Hezbollah decepcionou milhões de árabes ao apoiar o ditador sírio. Não só deixou à própria sorte os árabes que lutavam por democracia na Síria como ajudou a ditadura do país a persegui-los.
Libaneses moderados temem que o Hezbollah não queira ficar para trás do Hamas e promova mais ataques a Israel nesta semana. Essa ação trará consequências terríveis para o Líbano, país bastante empobrecido por guerras civis e com Israel. Mas quem disse que o Hezbollah está preocupado com a prosperidade local? O grupo quer o fim de Israel, e não um recomeço para o Líbano.
Da mesma forma, é difícil acreditar que o Hamas não imaginava que as atrocidades deste fim de semana provocariam uma retaliação de Israel e o corte da ajuda humanitária a Gaza. Mas construir uma boa vida aos palestinos não é foco desses terroristas: o objetivo deles é somente destruir.
O antiamericanismo já empurrou a esquerda mundial a diversos equívocos. Em 1979, movimentos estudantis e marxistas apoiaram a revolução dos aiatolás no Irã contra o xá Reza Pahlavi, aliado dos americanos. Poucos anos depois, os aiatolás já haviam destruído os movimentos comunistas e implantado uma ditadura islâmica teocrática que até hoje restringe o direito das mulheres e persegue homossexuais.
Para não cometer o mesmo erro, a esquerda brasileira e o governo Lula precisam abandonar meias palavras e condenar com veemência o Irã e os grupos de assassinos que perseguem Israel e tiranizam seu próprio povo.
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