Editorial: O Brasil voltou… a se endividar

17 de abril de 2024

O governo Lula III já tem quase um ano e meio, tempo suficiente para que um presidente consiga mostrar o rumo que está dando ao país. E quem observa as contas do governo já percebe os sinais de que Lula está conduzindo o país ao destino familiar da última gestão petista: o precipício.

Em outubro de 2020, após o impacto inicial da pandemia, a dívida pública brasileira atingiu um valor preocupante, de 87,7% do PIB. Em termos leigos, a dívida contratada pelo governo estava em quase 90% do valor de tudo que é produzido no país ao longo de um ano, em produtos e serviços.

Com a redução das despesas emergenciais e a retomada da economia, essa proporção caiu em todos os meses até dezembro de 2022, alcançando o menor nível desde maio de 2017: 71,7% do PIB. O Brasil estava numa trajetória de redução da dívida, se preparando para colher os frutos da responsabilidade fiscal, como queda da taxa de juros, aumento dos investimentos e crescimento econômico. Estava, até o início do governo Lula.

Nos primeiros 14 meses da gestão atual, a dívida voltou a crescer, e já está em 75,6% do PIB, 3,9 pontos percentuais acima do nível deixado pelo governo anterior. O Brasil voltou… a se endividar. A Dívida Bruta do Governo Geral aumentou R$ 1,077 trilhão e atingiu R$ 8,3 trilhões em fevereiro.

Para quem não se iludiu com a “frente ampla” ou com conversas imaginárias, a guinada não é uma surpresa. A verdade é que a ideologia petista não considera a dívida pública um problema. Nossa esquerda retrógrada ainda acredita no dogma do Estado desenvolvimentista, uma crença de que o governo é quem deve conduzir o crescimento da economia. Por isso a preferência por empresas estatais, bancos públicos de incentivo e programas como o PAC. Por isso, também, a aversão ao livre-mercado. 

Prova disso é a visível falta de convicção do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas metas estabelecidas pela regra fiscal que ele mesmo criou. A promessa de um superávit de 0,5% do PIB em 2025 já foi abandonada, poucos meses depois do seu anúncio. O mercado já não acreditava que esta meta seria cumprida justamente porque ela é incompatível com as políticas que o PT defende para o país. Sem nenhuma redução nos gastos, o que resta ao ministro é continuar criando novos impostos e taxas, para tentar fechar a conta pelo lado da arrecadação. 

No mundo real da economia, longe do terraplanismo ideológico petista, o crescimento insustentável da dívida traz uma série de consequências ruins para o país. Dificulta o controle da inflação e a queda da taxa de juros. Leva a aumentos de impostos e à redução de investimentos necessários para o país crescer. 

Se quisermos escapar deste círculo vicioso, que há décadas condena o Brasil à miséria e ao subdesenvolvimento, precisamos fazer justamente o contrário: equilibrar as contas pelo lado da despesa, reduzir impostos sempre que possível e abrir o mercado do Brasil para o mundo. Só assim conseguiremos sair desse atoleiro em que o PT nos enfiou.


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