Forçado a cortar gastos, Lula isenta os ricos e manda a conta aos mais pobres

4 de julho de 2024

A sequência de falas desastrosas de Lula sobre os juros e a política fiscal causaram danos à economia brasileira. O dólar já subiu 17% em 2024 e boa parte disso pode ser atribuído à irresponsabilidade no conteúdo dos discursos presidenciais. A tática de “jogar pra torcida” e inventar uma disputa pessoal com o Banco Central falhou e, agora, Lula precisará posar de bom moço para tentar amenizar os danos que causou. Mas sabemos que, na hora do acerto de contas, os mais pobres sempre pagam pelos caprichos dos donos do poder.

O governo anunciou nesta quarta o bloqueio de 25 bilhões de reais do orçamento com a finalidade de cumprir a meta fiscal. Os detalhes sobre quais áreas serão afetadas ainda não foram divulgados, mas sabe-se que os benefícios sociais passarão por revisão. Desde que foi proposto e aprovado o novo arcabouço, os gastos do governo dispararam. O marco fiscal petista atrelou crescimento da arrecadação ao aumento de despesas, em oposição ao que previa o teto de gastos aprovado no governo Temer. O resultado é uma reiterada tentativa governamental em avançar sobre o patrimônio dos brasileiros. O incentivo é perverso.

Como ninguém aguenta mais tantos impostos, o governo decidiu reduzir as despesas, avançando primeiro sobre os vulneráveis. Não é novidade. Os governos petistas têm vocação em privilegiar os mais ricos fazendo uso das instituições republicanas. Entre 2007 e 2014, o BNDES executou operações financeiras subsidiadas no valor de 400 bilhões de reais em prol das chamadas “campeãs nacionais”, empresas privadas selecionadas pelo governo para tornarem-se gigantes corporativas e líderes de mercado, supostamente gerando emprego e crescimento econômico. A política foi um desastre. Não houve transparência na seleção das empresas, a gestão dos recursos foi caótica e a corrupção foi generalizada.

O governo promete cortar bilhões, atingindo sobretudo os mais pobres, mas ignora os 19 bilhões em subsídios para montadoras de carros, ou os 17 bilhões em perdão de dívidas de uma importante empresa de telefonia – a qual, diga-se, já esteve dentre as “campeãs nacionais” na década passada. Os privilégios de grandes corporações seguem intactos, como se vê. Mesmo quando o Executivo lhes falta, elas podem contar com a generosidade do Judiciário: só os perdões de dívidas de duas empresas envolvidas na Lava Jato custaram mais de 18 bilhões de reais aos cofres públicos.

Coragem de verdade o petismo só tem para atacar o bolso do cidadão. Enquanto isso, a Lula resta apenas discursar a uma militância cada vez mais reduzida, pois nunca teve um plano nem vontade política para resolver os problemas do Brasil.

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