Neste Sete de Setembro, milhões de brasileiros devem ir às ruas em centenas de cidades do País vestindo o verde e o amarelo, símbolo principal da nação. Mas não se trata apenas da celebração dos 202 anos da proclamação da Independência brasileira. O sentimento que leva tanta gente comum às ruas é a indignação.

Indignação pela tirania exercida por um único juiz que, desde 2019, em um inquérito sigiloso e interminável, abusa do poder confiado ao seu cargo pela Constituição. Os mais de 20 milhões de usuários impedidos de acessar a rede social X são apenas as vítimas mais recentes da arbitrariedade da caneta de Alexandre de Moraes. Com uma interpretação criativa do conceito de “ameaça à democracia”, o ministro censurou quem bem entendeu, desde cidadãos comuns até senadores da República em exercício. Prendeu e perseguiu críticos e desafetos em processos secretos, muitas vezes sem denúncia ou direito à defesa.

Os abusos cometidos pelo ministro têm um claro e nefasto componente político. Alexandre de Moraes empreendeu uma cruzada contra a direita. Todo brasileiro que se identifica com os valores da direita foi afetado. A mais alta corte do Poder Judiciário, que deveria estabelecer as regras do jogo democrático e agir sempre com imparcialidade, se tornou protagonista no jogo político brasileiro.

Se todo poder corrompe, o poder supremo corrompe supremamente. O que aconteceu com Alexandre de Moraes não é uma novidade histórica. O espectro da tirania é um temor constante em toda sociedade humana. Evitá-la requer vigilância e compromisso ativo com os valores da liberdade e da democracia – valores que estão sacramentados na Constituição do nosso país.

Os brasileiros vão às ruas contra a censura e a perseguição. Vão às ruas pelo respeito ao devido processo legal. Vão às ruas em nome de uma república com equilíbrio entre os poderes e o império da lei. Vão às ruas pela liberdade de criticar os poderosos.

Vão às ruas pelo impeachment de Alexandre de Moraes.