Entregue aos Companheiros, Correios É um Símbolo do Atraso da Gestão Petista

21 de fevereiro de 2025

O slogan parece acolhedor: “Soluções que aproximam”. A realidade, no entanto, prova que os Correios têm problemas de sobra nos últimos 20 anos. Sucessivos governos brincam com a gestão de uma estatal cada vez mais custosa e distante dos brasileiros. A empresa está atolada em uma crise bilionária, que só fez piorar desde a volta de Lula ao poder.

Desde que Roberto Jefferson denunciou o chamado Mensalão, em 2005, os Correios passaram por crises diversas de gestão, acumulando prejuízos durante os governos petistas. Para quem não lembra, contratos fraudulentos de publicidade com a estatal foram utilizados para desviar dinheiro e subornar parlamentares de diversos partidos, a fim de que votassem em alinho ao governo de Lula. Jefferson afirmou que o cabeça da operação era José Dirceu, mais tarde preso e condenado pelo STF. Hoje, Dirceu desfruta da mais plena liberdade e ensaia candidatura a deputado no ano que vem. Como diria o Alckmin do passado, “eles querem voltar à cena do crime”.

Por falar em publicidade, os gastos com patrocínios cresceram inacreditáveis 916% sob a atual gestão. Para se ter uma ideia, entre 2019 e 2022, os Correios desembolsaram, em média, 430 mil reais por ano em propaganda institucional — um valor que daria para comprar quatro furgões de entrega. Em 2024, esse gasto disparou para 34 milhões de reais, suficientes para adquirir uma frota de mais de 300 veículos, recurso que poderia melhorar a logística da empresa em vez de alimentar campanhas publicitárias. Os Correios chegaram a gastar 600 mil reais em um evento na Colômbia, onde a empresa não opera e não tem qualquer razão para divulgar sua marca. Semanas atrás, a estatal torrou outros 1,3 milhão de reais com patrocínio do evento “Encontro com Prefeitos 2025”, em que o protagonista é Lula. Teve até uma grana alta para turnê do Gilberto Gil: 4 milhões de reais.

O dinheiro parece infinito para a gestão de Fabiano Silva dos Santos, presidente da estatal, mas os números contam outra história. Só em janeiro deste ano, o saldo negativo beira meio bilhão de reais. Em 2024, o déficit foi de 3,2 bilhões de reais, o maior da história da empresa. Com uma grana dessas, dá pra reformar ao menos 3 mil escolas, ou construir dezenas de hospitais, ou comprar milhares de ambulâncias ou mesmo incrementar o auxílio para centenas de milhares de famílias carentes. Mas não, o dinheiro foi enterrado em uma estrutura arcaica, mal gerida e altamente custosa.

Vale lembrar que antes do déficit histórico de 2024, o maior registrado até então foi durante outra gestão petista, com Dilma Rousseff. No resultado acumulado de 2015 e 2016, o prejuízo foi de 3,5 bilhões de reais. É quatro vezes o que o país gasta com o Ministério dos Esportes. Parece, entretanto, que os chefes da estatal não se importam muito com isso. Em dezembro, os Correios gastaram 200 milhões de reais com o dito “vale-peru”, distribuído a todos os 84 mil empregados. Mas tudo que vai, volta. Mês passado, a empresa atrasou o salário de parte deles. 

E por falar em empregados, eles também sofrem com outra bagunça na estatal. O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, teve um desfalque superior a 5 bilhões de reais em seu balanço durante o governo Dilma. O rombo obrigou aposentados e ativos a aumentarem o valor pago mensalmente para sua aposentadoria, em alguns casos superando 20% dos ganhos brutos. A gestão fraudulenta no fundo de pensão parece ter reinaugurado o “imposto do quinto”, tributo pago pelos súditos à Coroa Portuguesa durante o Brasil Colônia.

Considerando seu histórico, não existe outra solução: é preciso privatizar os Correios. Ninguém mais acredita que indicações políticas possam resolver a bagunça generalizada em sua gestão. Em 2021, o governo anterior até havia incluído a empresa no Programa Nacional de Desestatizações. Mas durou pouco. Logo ao assumir, Lula mandou retirá-la do programa.

Postergar a venda da estatal é tirar mais dinheiro do bolso dos brasileiros e dos próprios empregados, que já viram suas aposentadorias em risco recentemente e pagam até hoje pela corrupção na Postalis. “Problemas que afastam” seria um slogan mais sincero para definir o momento de uma das principais empresas do país.

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