Lula Precisa de Alguém para Culpar

20 de junho de 2024

O ex-ministro Roberto Campos dizia que “O doce exercício de xingar os americanos em nome do nacionalismo nos exime de pesquisar as causas do subdesenvolvimento e permite a qualquer imbecil arrancar aplausos em comícios”.

Lula e o PT exercem diariamente o doce exercício de xingar as direitas, o congresso, os empresários, os jornais e toda a sorte de personagens, tudo para tentar disfarçar a evidente incompetência em administrar o país. Neste trágico ano e meio de Lula 3, alguém tem sido alvo preferencial dos impropérios governistas: o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto.

Sabemos que as administrações petistas nunca deram muito valor ao equilíbrio monetário e fiscal. O PT votou contra o Plano Real, classificado por Lula como “estelionato eleitoral” à época de sua implementação, e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, chamada de “camisa de força” por Aloízio Mercadante, atual presidente do BNDES.

Os consórcios Lula-Dilma e Mantega-Tombini colocaram o país na maior recessão econômica da história, com o retorno de taxas de inflação a dois dígitos. No período, a pressão governista para redução da SELIC minou a credibilidade do Banco Central, causou elevação de preços e diversos outros efeitos deletérios em nossa economia, como deterioração fiscal e queda nos investimentos. Os anos 2010 foram mais uma década perdida por conta da irresponsabilidade de seus governos.

Por sorte, o Congresso aprovou, em 2021, a Lei Complementar 179, que conferiu autonomia ao Banco Central ao criar mandatos ao presidente e aos diretores da instituição, impedindo, assim, pressões políticas durante suas atividades. O PT, por óbvio, não gostou nada disso.

Administrações populistas precisam que os bancos públicos sirvam ao seu projeto de poder e não aos interesses do país. Os reiterados ataques de Lula a Campos Neto e a pressão da esquerda pela redução “na marra” da taxa básica mostram o quão fundamental é o trabalho técnico da diretoria do BC.

O Comitê de Política Econômica vem reduzindo paulatinamente a SELIC, sempre ancorado em dados da economia e na perspectiva futura do mercado. Ao contrário do palco lulista, o BC não é lugar de proselitismo político. Lula tenta, como sempre faz, criar uma falsa narrativa, colocando Campos Neto como culpado pelos fracassos que o próprio governo produz. 

Nesta quarta-feira (19), de maneira unânime, vale dizer, incluídos os votos de diretores indicados pelo atual governo, o COPOM decidiu manter a SELIC em 10,5%: mais uma estrondosa derrota ao discurso lulista. Roberto Campos também dizia que “a primeira coisa a fazer no Brasil é abandonarmos a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo”.

A decisão de ontem no COPOM é mais uma amostra de que o BC precisa de autonomia para atuar com segurança na execução de uma política monetária voltada aos interesses do Brasil, jamais de um partido político.

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